sábado, 21 de janeiro de 2012

ACUPUNTURA NA GRAVIDEZ

Os benefícios
A médica Cacilda sente diferenças entre suas duas gestações: "Com acupuntura fico mais calma", diz
A lista de bons efeitos da acupuntura na gravidez é grande. Dependendo do ponto estimulado, ela funciona como analgésico, antiinflamatório ou antialérgico. Também melhora a circulação, que fica mais lenta na gravidez por conta do aumento do fluxo sanguíneo. "Quem tem hipertensão, uma das maiores causas de complicações no último trimestre da gestação, será beneficiada, pois a estimulação dos pontos normaliza e mantém a pressão arterial normal. Enjôos e gastrites são amenizados", esclarece Ysao Yamamura, chefe do Setor de Medicina Chinesa da Universidade Federal de São Paulo. Segundo ele, o que mais faz as grávidas procurar os acupunturistas são as dores nas costas. "Os pontos estimulados, nesse caso, relaxam a musculatura, aliviam a sensação de peso e diminuem a tensão e a ansiedade. Tudo isso corrige a postura e melhora as dores", diz Ysao.
O estado emocional, que pode ficar a mil durante a gravidez com hormônios que aumentam ou diminuem, também só tem a ganhar com a acupuntura. Isso porque, segundo a medicina chinesa, são as emoções muitas vezes as responsáveis por nossos sintomas físicos. Ao tratá-los, elas se equilibram. "A acupuntura está fazendo muita diferença nesta minha segunda gravidez", constata a ginecologista Cacilda Maria de Oliveira Almeida Maia, 42 anos, no sétimo mês de gestação. "O tratamento me ajudou a não ter insônia, a ficar mais centrada, ver tudo com mais clareza. Nada da confusão emocional da primeira vez", festeja.
Para o bebê
Ainda não há estudos mostrando os efeitos da acupuntura para o feto. "Sabemos por experiência de consultório que, quando a mãe fica bem, isso se reflete no desenvolvimento do bebê", afirma o acupunturista Ysao. Segundo ele, alguns médicos se utilizam da técnica até para posicionar o bebê para o parto, quando ele está, por exemplo, sentado na barriga da mãe. "Nessa reta final da gravidez, a acupuntura também ajuda a induzir as contrações para acelerar o trabalho de parto. No nascimento, ela não substitui a anestesia, mas sua aplicação diminui a quantidade de analgésico que a gestante necessita", diz a obstetra Roxana Knobel, que foi responsável pelo Departamento de Acupuntura da Universidade Estadual de Campinas e comprovou esse efeito numa pesquisa com 120 mulheres, no momento do trabalho de parto. "Elas foram divididas em quatro grupos. Em três deles aplicou-se a acupuntura, que foi apenas simulada no quarto grupo. As mulheres que não tiveram o tratamento precisaram de uma dose maior de analgésico", comenta Roxana.
Medo da agulha
Ele pode afastar certas gestantes da acupuntura, pela associação com injeções, mas saiba que a agulha usada não é a mesma. Ela é menor, bem mais fina e entra menos de um centímetro na pele. Além disso, tão descartável quanto a outra. Ou seja, não há risco de contaminações. "Em minha primeira sessão, achei que ia ficar tensa, mas não senti absolutamente nada. No máximo, em alguns pontos, percebi uma certa ardência. E o peso da minha barriga desapareceu", conta a dentista Leila Angélica Ramos Bitar de Oliveira, 32 anos, no oitavo mês de gravidez.
Pós-parto
Nessa fase, a acupuntura reequilibra as funções do organismo e a produção hormonal. O benefício é para a amamentação. "A mulher fica mais tranqüila, o que se refletirá na produção de leite. A acupuntura ainda contribui na cura da mastite, inflamação dos seios comum nesse período", explica a fisiatra especialista na técnica, Adriana Leonardi Barbosa Lima. Segundo ela, como o tratamento atua no sistema nervoso, também ajuda na depressão pós-parto. "Outro benefício é para a pele, porque a acupuntura melhora a circulação e estimula o colágeno. A pele fica mais lisa, as manchas desaparecem mais rápido."


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