terça-feira, 6 de dezembro de 2011

AFINAL, QUANDO SEDAR E QUANDO TONIFICAR?

Tudo que um acupunturista precisa saber para não errar o estímulo que dará na agulha são as definições de DOENÇA de EXCESSO e DOENÇA de DEFICIÊNCIA.



1) São Doenças de excesso –> Doenças em que existe estagnação na circulação de Qi e/ou de Sangue OU que possuam fatores patogênicos  (frio, calor, umidade, vento, fleuma, secura)
2) São Doenças de deficiência –> doenças em que esteja diminuída a quantidade de sangue, de energia ou de fluídos corpóreos.
Por exemplo:
a) Um paciente que sofre de gastrite e queimação no estômago. Este paciente possivelmente possui CALOR no estômago.  O calor é fator patogênico, portanto, usa-se a sedação nos pontos de acupuntura que possuem a função de remover o calor.
b) Um paciente que possua episódios de falta de ar por estagnação do Qi do Pulmão. A estagnação é considerada excesso. Então, vamos sedar os pontos que movem a estagnação de Qi.
** Neste momento, outra dúvida virá à tona: Se um paciente sofre de calor, como vou sedar um ponto que tem a função de remover o calor? Não estaríamos assim diminuindo a ação do ponto? Ou, como vou sedar um ponto que move a estagnação? Não estaríamos assim diminuindo a ação do ponto?
O que acontece na verdade é que, ao sedar o ponto de acupuntura, o que está se conseguindo com essa ação é enfraquecer o fator patogênico e diminuir a estagnação, e não diminuir a ação do ponto.
De acordo com os exemplos acima, quando sedamos um ponto que remove o calor, na verdade estamos dando a informação de SEDAR o Calor, ou seja, dando a informação de diminuí-lo, de enfraquecê-lo.
O mesmo acontece quando sedamos um ponto que move a estagnação. O que ocorre é que, ao sedar o ponto, estamos dando a informação de SEDAR a Estagnação, ou seja, de diminuí-la, de enfraquecê-la.
c) Um paciente que possui insônia por deficiência de sangue do coração. Neste caso, vamos usar a tonificação dos pontos que nutrem o sangue ou movam o sangue do coração.
d) Um paciente que possui sensação de peso no corpo por deficiência do Qi do Baço. Neste caso, vamos usar a tonificação dos pontos que tonifiquem o Qi do Baço, o Qi geral ou que movam o Qi.
** Quando a doença é considerada de deficiência, o raciocínio é apenas dar ao paciente a substância vital que está lhe faltando. Fortalecer aquilo que está deficiente.
E como devem ser feitas as Sedações e Tonificações?
- Para sedar um ponto de acupuntura: deve-se colocar a agulha perpendicular em relação ao ponto e de tempos em tempos rodar o cabo da agulha no sentido anti-horário. É um movimento pouco interessante, pois as fibras da pele e do músculo poderão se atrelar à agulha, gerando sangramento na remoção da mesma.
Outra alternativa é direcionar a agulha contra o fluxo do meridiano, técnica essa mais confortável para o paciente e exige do acupunturista saber os trajetos dos meridianos regulares.
- Para tonificar um ponto de acupuntura: deve-se colocar a agulha perpendicular em relação ao ponto e de tempos em tempos rodar o cabo da agulha no sentido horário. Assim como na sedação, não é uma técnica interessante por conta do sangramento.
A outra alternativa é direcionar a agulha a favor do fluxo do meridiano.
Existe ainda uma terceira alternativa, além de sedar ou tonificar, conhecida como HARMONIZAÇÃO dos pontos.
Nesta técnica precisa-se saber apenas quais os órgãos e os pontos que precisam de tratamento, de acordo com a patologia diagnosticada. Coloca-se a agulha perpendicular aos pontos e não se utiliza nenhum outro tipo de estímulo.
Ao colocar a agulha perpendicular no ponto de acupuntura, o estímulo dado ao corpo é de que existe uma desarmonia e que o equilíbrio precisa ser reencontrado. É então, função do próprio organismo entender e regular o metabolismo, visto que a acupuntura funciona, também, com processos de auto-regulação do sistema nervoso central.
Todas as técnicas são eficazes e cabe ao terapeuta decidir a qual ele e seus pacientes se adaptam melhor. Lembrando que a melhor técnica é aquela em que o paciente sai do consultório se sentindo melhor do que no momento em que chegou para se atendido.

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